Nesta quinta-feira (14), serão anunciadas as produções que irão competir pela Palma de Ouro na 69ª edição de um dos festivais de cinema mais tradicionais e o maior do mundo: Cannes. Na véspera do anúncio, as expectativas para ver o cinema nacional conquistar vagas e brilhar nas telas de cinema mundo afora só aumentam.

Neste ano, 12 produções nacionais foram pré-selecionadas e exibidas no início do mês de março para François Lardenois, um dos curadores do festival. Esses longas-metragens podem participar de alguma das mostras ou competições paralelas do Festival de Cannes. Confira:

1. A cidade do futuro, de Cláudio Marques e Marília Hughes

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Em pleno regime militar, nos anos 1970, mais de 70 mil moradores foram deslocados de uma região do norte da Bahia para construção da Hidrelétrica de Sobradinho. Aquela foi uma das maiores migrações compulsórias desde a Segunda Guerra Mundial. Quatro cidades e dezenas de vilarejos foram destruídos e morreram ali, submersos. Em 2015, quatro atores decidem descobrir suas origens e revisitar a história através de encenações.

2. Eu não vou dizer eu te amo, de Guto Bozzetti

Aqui, os fatores autorais e comercial entram em discussão. Sem grandes pretensões de carreira, um jovem músico é incentivado a compor canções mais comerciais. A pressão só aumenta com a chegada de seu pai, que quer ver a vida do filho seguindo um rumo certo e pede insistentemente por resultados. O longa-metragem foi produzido como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da turma de Produção Audiovisual da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), no Rio Grande do Sul, em 2015. O filme foi rodado completamente sem orçamento.

3. Eu te levo, de Marcelo Muller


Rogério tem quase 30 anos, é uma pessoa introvertida, gosta de rock e mora com sua mãe no interior de São Paulo. Seu pai morreu há poucos dias e agora os negócios da família precisam de um novo comando.Isso faz com que Rogério tenha que lidar que uma realidade, que vinha sido adiada há anos: resolver o que fazer de sua vida e tornar-se independente. Paralisado pela ideia de assumir responsabilidades, ele resgata um sonho de infância, já que o da adolescência fracassou. É assim que inicia o processo para entrar no Corpo de Bombeiros.

4. Fica mais escuro antes do amanhecer, de Thiago Luciano

O thriller psicológico é ambientado em uma região afetada por mudanças climáticas extremas. Após uma tragédia familiar, Iran entra em um processo de luto e, com a ajuda de sua mãe, Nilde, tenta se reencontrar. Enquanto o povoado enfrenta uma epidemia de depressão, Iran, que trabalha em uma fábrica de gelo, inicia um jogo psicológico perdido em suas lembranças.

5. Menino 23: Infâncias perdidas no Brasil, de Belisário França

https://www.youtube.com/watch?v=cgKqdzDoxWw

O documentário reconstrói a história do professor de história Sidney Aguilar que descobre, por intermédio de uma aluna, algo assustador: tijolos marcados com a suástica, o símbolo nazista, em uma fazenda da região. Sidney buscou incansável pela verdade por trás dos tijolos, até entender a fundo o que aconteceu naquele lugar. Belisário é diretor do premiado documentário Amazônia Eterna.

6. Mulher do Pai, de Cristiane Oliveira


Em uma comunidade próxima à fronteira do Brasil com o Uruguai, a relação entre pai e filha se transforma. Ele é Ruben, um homem de 40 anos que ficou cego ainda jovem. Ela é Nalu, uma adolescente de 16 anos que está se tornando mulher. O desafio que a vida lhes propõe é aprender a se tratar como pai e filha depois da morte de Olga, mãe de Ruben, avó de Nalu, que os criou quase como irmãos.
 
7. A Noite Escura da Alma, de Henrique Dantas

A Noite Escura da Alma é um filme documentário experimental, que aborda o período da ditadura civil e militar ocorrida no estado da Bahia e usa da linguagem do documentário e da performance na construção da história. É um filme escuro, onde a grande maioria das entrevistas foi realizada no Forte do Barbalho, maior centro de tortura da Bahia. Nomes como Juca Ferreira, Lúcia Murat, Emiliano José, Theodomiro dos Santos, Renato da Silveira, entre outros, nos ajudam a contar esta necessária história.

8. Rebento, de André Morais

Após cometer um crime contra o filho recém-nascido, uma mulher foge da sua realidade, abandonando casa e a família, rumo a um destino incerto e desconhecido. Durante um dia inteiro, ela carrega consigo uma melancia como símbolo do ventre perdido. Enfrentando um mundo às vezes hostil e às vezes delicado, na tentativa de conviver com o amor e o desamor que traz em si, ela terá breves encontros marcarão o seu dia e a sua vida. Este é o primeiro longa-metragem de ficção do paraibano André Morais.

9. U: Réquiem para uma Cidade em Ruínas, de Pedro Veneroso

O embrião de uma revolução que toma forma nos meandros do sistema. Um manifesto processual para uma nova ordem cultural, urbana e social. Um documento subjetivo da cidade e de sua deturpada noção de progresso. Polilogia metropolitana, ensaios para reflexão e ação. Da distopia do progresso urbano medido pelos quilômetros construídos de tapetes de asfalto, pelas toneladas de concreto empilhado em montanhas artificiais, uma nova ordem se faz ouvir. O sussurro dos citadinos passa a ecoar sobre as ruínas de uma cidade cujo desenvolvimento sobrepuja os indivíduos e as memórias.

10. Urutau, de Bernardo Cancella Nabuco

Fernando é um adolescente tímido, que há sete anos mora em um pequeno quarto na casa de Josias. Na manhã em que eles completam mais um ano juntos, uma tragédia obriga Fernando a lidar com uma nova realidade. O longa de Bernardo Cancella Nabuco foi exibido na 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes e, segundo O Estadão, desestabilizou o público ao expor a vida em cativeiro.

11. Xale, de Douglas Soares


Uma história de um jovem e sua avó, descendentes de armênios fugidos do genocídio praticado pelo governo Turco, que vivem juntos em um apartamento de Copacabana decorado por memórias que estão se apagando. É necessário que um deles retorne a terra natal de seus ascendentes para que as lembranças ainda tenham alguma chance de existir.

12. Para Ter Onde Ir, de Jorane Castro

O longa-metragem foi filmado em Belém pela paraense Jorane Castro. A cineasta participou em 2001 da mostra Quinzaine des Realisateurs (Quinzena dos Realizadores), em Cannes, com As Mulheres Choradeiras. Não foram localizadas informações e sinopse do filme. O Assiste Brasil entrou em contato com a produtora Cabocla Filmes e aguarda retorno.

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