Não foi dessa vez que o Brasil subiu ao palco do Globo de Ouro. A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood entregou a estatueta de melhor ator em série de drama ao ator Jon Hamm, de Mad Men na noite deste domingo (10). Wagner Moura concorreu com o ator na categoria, indicado por seu trabalho em Narcos, série original da Netflix, em que vive o traficante colombiano Pablo Escobar.
Narcos, que é produzida por José Padilha (Tropa de Elite), também concorreu ao Globo de Ouro na categoria melhor série de drama, competindo ao lado de Empire, Game of Thrones, Mr. Robot e Outlander. A vencedora da noite foi Mr. Robot.
Mas, nada de desanimar, que pouco a pouco o Brasil vem se consolidando internacionalmente também como o país do audiovisual, fato que pode ser comprovado por produções como Que Horas Ela Volta?, Boi Neon e O Menino e o Mundo.
Enquanto o prêmio não vem, confira abaixo todas as indicações brasileiras, nas categorias de ator/atriz e de melhor filme estrangeiro, na história do Globo de Ouro:
Sônia Braga
Em 1986 e 1989, Sônia Braga foi a primeira atriz a representar o verde-e-amarelo em terras estrangeiras. Ela foi indicada na categoria de melhor atriz coadjuvante por O Beijo da Mulher Aranha e Luar sobre o Parador, respectivamente. Em 1995, Braga voltou a ser indicada, dessa vez como melhor atriz coadjuvante de TV pela série Amazônia em Chamas.
Daniel Benzali
Em seguida, em 1996, foi a vez do carioca Daniel Benzali estrear no Globo de Ouro na categoria de melhor ator pela série Murder One. O ator também é conhecido por trabalhos em Crime na Casa Branca (1997), 007 – Na Mira dos Assassinos (1985), além de séries como Californication, Agent X, Lei & Ordem, entre outras.
Fernanda Montenegro
Antes de Wagner Moura, a última indicação do Brasil à categoria de melhor ator/atriz no Globo de Ouro foi em 1999, com Fernanda Montenegro. Ela recebeu a indicação na categoria de melhor atriz em filme de drama por Central do Brasil. A atriz também foi indicada ao Oscar de melhor atriz pelo trabalho.
Orfeu Negro, de Marcel Camus
No Globo de Ouro de 1960, o filme ítalo-franco-brasileiro, dirigido por Marcel Camus, venceu na categoria de melhor filme estrangeiro. O longa-metragem, que também ficou conhecido por Orfeu do Carnaval, é uma adaptação da peça teatral Orfeu da Conceição, escrita por Vinícius de Moraes.
Pixote: A Lei do Mais Fraco, de Héctor Babenco
O filme de Héctor Babenco foi indicado na categoria de melhor filme estrangeiro no Globo de Ouro de 1982. O ator que vive o protagonista é o ator Fernando Ramos da Silva, morador de uma favela em Diadema (SP) e semi-analfabeto, que anos depois foi assassinado por policiais da Rota com oito tiros (leia mais aqui). Na época do lançamento, ainda garoto, acompanhou as premiações nacionais e internacionais de Pixote: A Lei do Mais Fraco.
Central do Brasil, de Walter Salles
O road-movie franco-brasileiro dirigido por Walter Salles foi vencedor do Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro em 1999 e também chegou à final do Oscar. Um dos filmes brasileiros mais premiados internacionalmente, traz Fernanda Montenegro no papel de Dora, pelo qual também concorreu ao Globo de Ouro e ao Oscar de melhor atriz.
Cidade de Deus, de Fernando Meirelles
O filme de Fernanda Meirelles, codirigido por Kátia Lund, foi a última produção brasileira a concorrer na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro e nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia no Oscar. Cidade de Deus é considerado um dos filmes brasileiros mais importantes, sendo o marco final do período conhecido como a retomada do cinema brasileiro. No Globo de Ouro de 2002, perdeu para Fale com Ela (Hable con Ella), do espanhol Pedro Almodóvar.