A partir desta quinta-feira (8) até dia 18 de abril, o festival É Tudo Verdade apresenta 69 documentários brasileiros e internacionais. As exibições de filme, debates e masterclasses são online e totalmente gratuitas, com limite de visionamentos, transmitidas nas plataformas Looke, Sesc Digital, Spcine Play, Itaú Cultural, no site do festival e no Canal Brasil.

Sete longas-metragens brasileiros estão na mostra competitiva deste ano. Cada documentário conta com duas sessões na programação: estreias às 21h e reprises às 15h do dia seguinte. Os diretores dos longas brasileiros participam de debates virtuais transmitidos na plataforma do festival.

Na competitiva de curtas brasileiros, nove títulos serão exibidos em dois programas, nos dias 10 e 11 de abril, disponibilizados a partir das 13h até às 22h. Todos os links das exibições, de curtas e longas, estão organizados no www.etudoverdade.com.br e no catálogo digital.

Os vencedores dos prêmios dos júris nas Competições Brasileiras e Internacionais estarão automaticamente qualificados para disputar uma vaga no Oscar 2022. Confira a seguir a lista dos longas e dos curtas brasileiros em competição no festival É Tudo Verdade 2021.

Longas brasileiros em competição

Edna, de Erayk Rocha
Edna, de Eryk Rocha

Alvorada
Direção: Anna Muylaert e Lo Politi. Brasil. 90 min.

É Tudo Verdade/ Looke
13/4 – 21h
14/4 – 15h
14/4 – Debate


Sinopse: Na intimidade do Palácio da Alvorada, o cotidiano da presidente Dilma Rousseff, primeira e única mulher a governar o Brasil, durante o desenrolar dramático do impeachment que a tirou do poder. Rodado entre julho e setembro de 2016, o filme testemunha a tensão e a perplexidade que escalavam no círculo da presidente, em reuniões, telefonemas intermináveis e sussurros ouvidos da cozinha à guarda do palácio de Oscar Niemeyer. Ao mesmo tempo, revela uma personalidade surpreendente nas conversas informais em que Dilma fala de política, história, literatura – e de si própria. Estreia brasileira.

Os Arrependidos
Direção: Ricardo Calil, Armando Antenore. Brasil. 74 min.

É Tudo Verdade/ Looke
15/4 – 21h
16/4 – 15h
16/4 – Debate

Sinopse:
Em 1970, auge da repressão pela ditadura militar, cinco guerrilheiros presos vieram a público renegar a luta armada e elogiar o regime. Com a repercussão das declarações, o governo resolveu transformar as retratações em prática de Estado. Passou a torturar opositores para que fizessem o mea-culpa. Até 1975, cerca de quarenta presos participaram dos “arrependimentos”, como ficaram conhecidos. Os Arrependidos reconta a história pouco lembrada de ex-militantes que, muito jovens, largaram tudo para arriscar a vida por uma causa, foram presos e torturados, e viraram arma de propaganda de seus inimigos. Estreia mundial.

Dois Tempos
Direção: Pablo Francischelli. Brasil. 93 min.

É Tudo Verdade/ Looke
12/4 – 21h
13/4 – 15h
13/4 – Debate

Sinopse:
Trinta e cinco anos depois do primeiro encontro, que mudaria a vida de ambos, o violonista argentino Lucio Yanel e seu pupilo brasileiro Yamandu Costa se reencontram para refazer, em uma viagem, os caminhos que levaram Yanel originalmente ao interior do Rio Grande do Sul. A bordo de um motorhome, com seus violões e suas memórias, mestre e discípulo cruzam a fronteira do Brasil em direção a Corrientes, terra natal do argentino, refletindo sobre as transformações trazidas pela inexorável passagem do tempo. Estreia mundial.

Edna
Direção: Eryk Rocha. Brasil. 64 min.

É Tudo Verdade/ Looke
16/4 – 21h
17/4 – 15h
17/4 – Debate

Sinopse:
À beira da rodovia Transbrasiliana, Edna vive em uma terra em ruínas, construída sobre massacres. Criada apenas pela mãe, ela experimenta, no corpo e nos corpos de seus descendentes, as marcas de uma guerra que nunca acabou: a guerra pela terra. Tecida a partir dos relatos e escritos de Edna no caderno que ela intitulou A história de minha vida, a narrativa híbrida transita entre real e imaginário, por guerrilhas, desaparecimentos e desmatamentos, mas também pela força de mulheres, rios e matas que insistem em sobreviver. Estreia brasileira.

Máquina do Desejo – Os 60 Anos do Teatro Oficina
Direção: Lucas Weglinski e Joaquim Castro. Brasil. 120 min.

É Tudo Verdade/ Looke
10/4 – 21h
11/4 – 15h
11/4 – Debate

Sinopse:
Em seis décadas, o Teatro Oficina fez mais que revolucionar a linguagem teatral no país: a influência estética da companhia de José Celso Martinez Corrêa estende-se do Tropicalismo à renovação das linguagens audiovisuais brasileiras a partir dos anos 1960. O filme revisita uma história que envolve personalidades como Caetano Veloso, Glauber Rocha, Lina Bo Bardi, Chico Buarque e Zé do Caixão, aproxima arte cênica, ecologia, arquitetura e sexualidade, e mistura arte e vida na busca de uma linguagem verdadeiramente brasileira. Estreia mundial.

Paulo César Pinheiro – Letra e Alma
Direção: Cleisson Vidal e Andrea Prates. Brasil, 85 min.

É Tudo Verdade/ Looke
11/4 – 21h
12/4 – 15h
12/4 – Debate

Sinopse:
Compositor prolífico e um dos letristas mais celebrados da música brasileira, Paulo César Pinheiro é autor de Canto das três raças e O poder da criação, entre outros clássicos do samba, do samba-enredo e da canção. Parceiro de Baden Powell, Tom Jobim e Edu Lobo, foi gravado por Elis Regina, Clara Nunes e Maria Bethânia. Aqui, sentado em seu sofá, ele reflete sobre a natureza humana e conduz uma viagem que evoca e envolve grandes nomes da MPB. Estreia mundial.

Zimba
Direção: Joel Pizzini. Brasil. 78 min.

É Tudo Verdade/ Looke
14/4 – 21h
15/4 – 15h
15/4 – Debate

Sinopse:
A trajetória e o imaginário artístico do ator e diretor Zbigniew Ziembinski (1908-1978), precursor do teatro moderno na América Latina e mestre de gerações de atores brasileiros. A montagem polifônica parte de um vasto material inédito, que cobre meio século de performances, teleteatros e entrevistas de Zimba, como era conhecido – antes e depois de fugir da Polônia, às vésperas da invasão de Varsóvia –, e recria fragmentos de Vestido de noiva, peça de Nelson Rodrigues que ganhou do diretor polonês-brasileiro montagem revolucionária em 1943. Estreia mundial.

Curtas brasileiros em competição

Yãokwa: Imagem e Memória, de Vincent Carelli e Rita Carelli.
Yãokwa: Imagem e Memória, de Vincent Carelli e Rita Carelli

Cartas de Brasília
Direção: Larissa Leite. Brasil. 18 min.

Sinopse:
Relendo cartas escritas a partir dos anos 1970, quando chegou a Brasília, o maranhense Eliézer Alcântara Lima, pai da cineasta, reencontra sonhos juvenis alimentados pela Capital da Esperança. No presente, percorre a cidade a partir da memória afetiva guardada nas letras do passado. Um olhar pessoal para a história das inúmeras famílias que escolheram Brasília como horizonte possível.

Coleção Preciosa
Direção: Rayssa Fernandes Coelho, Filipe Gama. Brasil. 15 min.

Sinopse:
Vivendo na cidade baiana de Vitória da Conquista, o técnico em refrigeração Ferdinand WilliFlick dedicou mais de cinco décadas a cultivar sua grande paixão: o cinema. A relação entre Flick e a sétima arte resultou em uma impressionante coleção de itens de cinema, que ele chama de Coleção Preciosa.

João por Inez
Direção: Bebeto Abrantes. Brasil. 9 min.

Sinopse:
Inez Cabral retrata o pai, João Cabral de Melo Neto, no ano do centenário de nascimento do “poeta da precisão”. Renovador da linguagem poética brasileira, o autor de Cão sem plumas foi diplomata e embaixador do Brasil na Europa e na África, mantendo-se profundamente ligado a seu Recife natal.

O Karaokê de Isadora
Direção: Thiago B. Mendonça. Brasil. 6 min.

Sinopse: Sozinha na quarentena, Isadora canta.

Review
Direção: Tyrell Spencer. Brasil. 9 min.

Sinopse:
Voltando ao passado em filmagens de um cotidiano caseiro, Jorge reflete sobre danos de uma violência que cresceu dentro de si.

Sem Título #7 Rara
Direção: Carlos Adriano. Brasil. 12 min.

Sinopse:
Um tributo à atriz Setsuko Hara (1920-2015), por meio dos filmes de Yasujiro Ozu nos quais atuou. A parceria com o cineasta, que se estendeu por seis longas, incluindo os antológicos Pai e filha (1949) e Era uma vez em Tóquio (1953), teve um impacto definitivo na carreira da atriz, que deixaria o cinema para viver em reclusão após a morte de Ozu, em 1963.

Ser Feliz no Vão
Direção: Lucas H. Rossi dos Santos. Brasil. 12 min.

Sinopse:
Um ensaio preto sobre trens, praias e ocupação de espaço.

A Vida que eu Sonhava Ter
Direção: Eliane Scardovelli Pereira. Brasil. 15 min.

Sinopse:
Um dia na vida de uma mulher, construído a partir de depoimentos que se entrelaçam. Histórias de um passado presente.

Yãokwa: Imagem e Memória
Direção: Vincent Carelli, Rita Carelli.
Brasil. 21 min.

Sinopse:
O Yaõkwa é um longo cerimonial dos Enawenê-nawê do norte de Mato Grosso para alimentar e apaziguar os espíritos. Por sete meses, os mestres de cerimônia puxam uma miríade de cantos e narrativas mitológicas para equilibrar os mundos terreno e espiritual. Com a morte de velhos mestres, extensos registros feitos pelo projeto Vídeo nas Aldeias ajudaram a resgatar cantos esquecidos.

Outros destaques brasileiros

A Última Floresta, de Luiz Bolognesi
A Última Floresta, de Luiz Bolognesi

Ruy Guerra e Caetano Veloso ganham homenagens com programações especiais no É Tudo Verdade 2021, com exibições de documentários sobre suas carreiras e obras. A mostra paralela O Estado das Coisas disponibiliza o longa Golpe de Ouro, Chaim Litewski, que fica em cartaz até 22/04. O filme de encerramento do festival no dia 18/04 é “A Última Floresta”, de Luiz Bolognesi, que mostra a extrema vulnerabilidade das tribos indígenas brasileiras. O documentário fez sua estreia mundial na Mostra Panorama do Festival de Berlim deste ano.