Pela primeira vez na história do cinema nacional e da América Latina, um longa-metragem de animação brasileiro foi indicado ao Oscar de Melhor Animação. Concorrendo com grandes produções hollywoodianas, como Divertida Mente Anomalisa (veja aqui a lista completa dos concorrentes), O Menino e o Mundo, de Alê Abreu, representa o Brasil na principal premiação do cinema mundial.

Mas, alguns detalhes fazem com que a competição seja um tanto que desequilibrada. Começando pelo orçamento: enquanto O Menino e o Mundo gastou aproximadamente R$ 2 milhões para ser produzido, Divertida Mente, da Disney-Pixar, ultrapassou os R$ 700 milhões — ou seja: 350 vezes mais! Outro ponto crucial é a divulgação. Os gigantes da indústria têm campanhas grandiosas e, após a indicação ao Oscar, é claro que os investimentos nessa área só aumentaram.

Infelizmente, a realidade do cinema brasileiro é outra. A Filme de Papel, produtora de O Menino e o Mundo, é uma empresa de pequeno porte e seus recursos são limitados. O desafio para distribuir o filme em território nacional já é grande, imagina então conseguir levá-lo para o exterior? Por esses motivos, Alê Abreu e toda a equipe da Filme de Papel, com apoio do Catarse, criaram a campanha O Menino e o Mundo no Oscar 2016.

O objetivo é arrecadar fundos para divulgação nos EUA. A distribuidora responsável por isso pediu uma ajuda mínima para fazer uma campanha pré-Oscar que traga resultados. A meta inicial do crowdfunding é conseguir o valor de R$ 100 mil, que posteriormente será convertido em dólares. O dinheiro será destinado a anúncios na mídia e artigos na imprensa internacional, além de cobrir os custos com envio de DVDs e com a organização de sessões especiais do filme para os membros votantes da Academia.

Uma mão lava a outra

E é claro que, como em todo crowdfunding, quem ajuda também sai ganhando. As recompensas da campanha do Menino no Oscar estão incrivelmente apaixonantes! Todos que colaborarem, receberão um agradecimento oficial na página Facebook do filme e lá ficará registrada a colaboração com o cinema nacional. E não é só isso: todos os apoiadores receberão em suas casas uma lembrança do filme.

Leia mais: O Menino e o Mundo: poesia e dialética no mundo contemporâneo 

São várias opções de kits, com postal do filme, caderno e lápis personalizados, DVD autografado, combo de DVDs da Filme de Papel, bonequinho do filme, ilustrações inéditas, arte original e por aí vai. Além dessas opções (que têm valor mínimo de R$ 24), também há as recompensas especiais: as obras originais de Alê Abreu. Mas, atenção: as recompensas são limitadas! Confira aqui.

O projeto foi lançado com o modelo flex, portanto, mesmo que a meta não seja atingida, o total arrecadado será entregue à produtora e a recompensa aos colaboradores. O valor será distribuído da seguinte maneira: 35% para investimento em Relações Públicas; 38% para envio de DVDs e organização de sessões especiais para votantes; 16% com imprensa e publicidade nos EUA; e 11% para realização de eventos.

Surpresas

Em 2014, O Menino e o Mundo foi lançado em 15 salas no circuito alternativo das grandes capitais brasileiras. Além disso, percorreu o Brasil e o mundo participando de festivais, ganhando, inclusive, mais de 40 prêmios em festivais internacionais, como Annecy (considerado o “Oscar” da animação). Foi apenas depois do burburinho para o Oscar que a grande mídia começou a dar mais atenção ao filme e, após a indicação, retornou aos cinemas com maior visibilidade.

Um filme independente, brasileiro e de animação. Nem os próprios produtores da Filme de Papel imaginaram a possibilidade de serem indicados ao Oscar e a notícia os pegou de surpresa. Infelizmente, os filmes de animação com esses não têm um rendimento tão alto e a produtora já havia iniciado um novo longa-metragem. Com o câmbio nas alturas, inúmeros desafios da competição e a menos de 30 dias da premiação (que acontece dia 28 de fevereiro), o caminho mais rápido seria contar com a colaboração do público brasileiro.

Sobre Filme de Papel e Alê Abreu

A Filme de Papel nasceu em 1991 para fazer cinema de animação, um objetivo ousado numa época em que a animação brasileira se resumia à produção de filmes publicitários. Desde então realizou três curtas-metragens, Sírius, Espatalhoso e Passo, e dois longa-metragens, Garoto Cósmico e O Menino e o Mundo.

Alê Abreu é um cineasta paulistano que se considera acima de tudo um desenhista. Realizou O Menino e o Mundo à mão, utilizando técnicas artesanais e uma mistura de giz-de-cera, caneta esferográfica, aquarela e lápis de cor. Alê preza pelo inovador, pelo ousado, pelo simples e pela beleza da arte em seu estado puro. Gosta de ilustrar temas profundos e personagens reais.

A campanha O Menino e o Mundo no Oscar 2016 está sendo coordenada por Sabrina Nudeliman Wagon e conta com o apoio e participação de Patricia Ellen Da Silva, Maria Julia Thiede Iudice e Tainá Maneschy.

Para contribuir, acesse: https://www.catarse.me/meninonooscar

Airgela!

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