O Brasil ganhou na manhã deste sábado (21) seu primeiro prêmio no Festival de Cannes 2016. Cinema Novo, de Eryk Rocha, levou o L’Oeil D’Or, competição paralela que premia o melhor documentário exibido no festival. A categoria foi criada em 2015 e teve o júri presidido pelo italiano Gianfranco Rosi. Outro especialista que compôs a banca julgadora foi o fundador e curador do festival brasileiro É Tudo Verdade, Amir Labaki.
O documentário de Eryk Rocha retrata o movimento cinematográfico brasileiro que teve seu auge nos anos 1960 e teve a sua frente Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos. “Era um movimento de futuro, que questionava qual é o lugar da política e do cinema no mundo em que se vive. Se o filme criar esse espaço de reflexão, já me dou por satisfeito”, disse o diretor em Cannes. A história do Cinema Novo é recontada a partir de imagens de arquivo e de trechos de 130 filmes, entre os clássicos Terra em Transe, Vidas Secas e Rio, 40 Graus.
“Cinema Novo” de Eryk Rocha vence o L’Oeil d’or @Festival_Cannes . Menção: indiano “The Cinema Travelers”. @webscam pic.twitter.com/zhJKobzDqS
— Amir Labaki (@amirlabaki) May 21, 2016
O L’Oeil D’Or é o primeiro prêmio do Brasil em Cannes. Neste domingo (22), o Brasil acumula chances de levar o Palma de Ouro na categoria de curtas-metragens, com A Moça que Dançou com o Diabo, de João Paulo Miranda Maria; e na de longas com Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, aclamado pela crítica internacional e capa da edição especial da Variety em Cannes. Também há indícios de outros prêmios para Aquarius, como o Palma de melhor atriz para Sonia Braga ou prêmios de reconhecimento concedidos pelo júri.