A 69ª edição do Festival de Cannes acabou neste domingo (22) e o Brasil volta para casa com reconhecimento internacional e dois prêmios. Além do documentário de Eryk Rocha, Cinema Novo, ter levado o L’Oeil D’Or, o curta-metragem que concorreu ao Palma de Ouro, A Moça que Dançou com o Diabo, de João Paulo Miranda, recebeu do júri a menção especial da categoria.
Em 14 minutos, A Moça… faz uma “releitura contemporânea de um lenda do interior paulista, contada há mais de cem anos. A adaptação trata de uma menina que vive o conflito entre a religião e suas descobertas da adolescência”. As gravações aconteceram em novembro de 2015, na cidade de Rio Claro, interior de São Paulo.
Esta foi a segunda participação do cineasta João Paulo Miranda no Festival de Canness. Em 2015, o cineasta disputou com o curta Command Action na Semana da Crítica, sessão paralela voltada a iniciantes. A Moça… foi financiado a partir da venda de rifas, meio que a equipe arrecadou R$ 500.
O prêmio da categoria de curtas ficou com o espanhol Timecode, dirigido pelo catalão Juanjo Jimenez. Apesar das grandes expectativas com Aquarius e a atuação de Sonia Braga, o prêmio principal, o Palma de Ouro, foi para o britânico I, Daniel Blake, de Ken Loach; e o de melhor atriz para a filipina Jaclyn Jose, por sua atuação em Ma’Rosa.
Shahab Hosseini venceu o prêmio de melhor ator por The salesman, de Asghar Farhadi, filme que também venceu na categoria de melhor roteiro. Na direção, Bacalaureat, de Christian Mungiu (Romênia), e Personal Shopper, de Olivier Assyas (França), dividiram o prêmio. Just la fin du monde, de Xavier Dolan (Canadá), conquistou Grand Prix. Já o longa American Honey, de Andrea Arnold (Inglaterra), recebeu o Prêmio Especial do Júri.