Nos anos 1970, ápice do movimento hippie, duas mulheres iniciaram uma jornada contra o conservadorismo e rumo à liberdade. Uma busca que não se limitava ao encontro da liberdade feminina, mas também sexual, religiosa e, principalmente, artística. Vivendo em uma comunidade alternativa, Luhli e Lucina tornaram-se pioneiras no cenário independente brasileiro, sendo as primeiras mulheres a produzirem e distribuírem seu próprio LP, “Luli & Lucinha”, em 1979.

Juntas, Luhli e Lucina assinaram mais de 800 composições e deixaram sua marca histórica na MPB. Entre as mais famosas estão Bandoleiro, O Vira e Fala, especialmente interpretadas por Ney Matogrosso. A trajetória dessas mulheres, cantoras, compositoras e multi-instrumentistas é retratada em Yorimatã, primeiro longa-metragem de Rafael Saar.

Além de filmagens atuais, com cenas dos shows e depoimentos das artistas, o filme também traz encontros musicais com Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Zélia Duncan, dentre outros. Para desvendar a singularidade da maneira de levar a vida, Yorimatã recupera momentos raros gravados em filmes de Super‐8 na década de 1970 pelo companheiro de ambas, o fotógrafo Luiz Fernando Borges da Fonseca.

https://www.youtube.com/watch?v=Yc-RDFzgDIk

Leve Yorimatã aos cinemas 

Após a estreia em outubro de 2014 na Mostra Internacional de São Paulo, Yorimatã passou por mais de 20 importantes festivais do Brasil e exterior. No In-Edit Brasil – Festival Internacional de Documentário Musical, ganhou o prêmio de Melhor Filme pelo Júri Oficial e pelo Voto do Público; e recebeu Menção Honrosa no Festival Mix Brasil 2015.

Questões como o feminino, diversidade sexual, família diversa e a umbanda, mesmo que passados 40 anos, continuam sendo tabus sociais e, infelizmente, fatores que dificultam a distribuição comercial do documentário. No entanto, inspirados na história e carreira de Luhli e Lucina, o objetivo da equipe é distribuir a produção de maneira independente. Em uma campanha de financiamento coletivo na Variável 5, busca-se arrecadar R$ 17 mil para produzir cópias do documentário e arcar com os custos de produção de materiais gráficos, divulgação e distribuição.

https://www.youtube.com/watch?v=F17E7WS7eiw

As contribuições variam de R$ 10 a R$ 2 mil, assim como as recompensas para cada valor. Os colaboradores podem ter acesso ao link exclusivo, ingressos para assistir ao documentário no cinema, convites para a pré-estreia, CDs da dupla, cartazes autografados, participação em um videoclipe, tambores artesanais feitos por Luhli e também ter o acesso liberado à oficina de musicalização Ritmos Construtores, ministrada por Lucina. Para contribuir, clique aqui.

A previsão é que Yorimatã seja distribuído nas seguintes cidades: Rio de Janeiro-RJ, Niterói-RJ, São Paulo-SP, Recife-PE, Salvador-BA, Belo Horizonte-MG, Porto Alegre-RS, Curitiba-PR, Florianópolis-SC, Goiânia-GO, Brasília-DF, Campinas-SP, Fortaleza-CE, Vitória-ES, São Luís-MA, Volta Redonda-RJ, Belém-PA, Aracaju-SE, Palmas-TO, Caxias do Sul-RS. O documentário é uma coprodução Imagem-Tempo, Dilúvio, Tela Brasilis e Canal Brasil, com patrocínio da Riofilme.

Sinopse

Duas mulheres em meio ao movimento hippie dos anos 70 se unem pelo sonho de liberdade. Luhli e Lucina vivem em uma comunidade alternativa a experimentação musical radical e se tornam pioneiras no cenário independente brasileiro. Do violão aos tambores artesanais que elas mesmas constroem e tocam, dizem não às gravadoras e mergulham na criação artística e nas raízes afro-indígenas da umbanda. As duas vivem em trisal com o companheiro e fotógrafo Luiz Fernando Borges da Fonseca, que registra tudo em filmes super 8mm. O material unido a registros independentes de shows da dupla e a filmagens atuais, recriam o universo espírito-musical num filme sobre música, amor e liberdade.