A noite de premiação teve início com a entrega da primeira Medalha Paulo Emílio Salles Gomes, criada para homenagear personalidades importantes para a história do cinema no Brasil. O primeiro agraciado foi o ator, crítico e pensador Jean-Claude Bernardet. “Essa medalha resume a minha vida, porque ela começou quando encontrei o Paulo Emílio, tanto emocionalmente quanto profissionalmente”, disse Bernardet, complementando: “Estive com ele em 1965 na Semana do Cinema Brasileiro, embrião do Festival. Naquela época, a semana se tornou espaço de resistência social e política. Essa é uma área em que as pessoas resistiam e lutavam culturalmente. Hoje, o festival reata seu perfil de resistência cultural e política”.
Durante os oito dias de festival, aproximadamente 30 mil pessoas passaram pelo Cine Brasília, pelo Cine Cultura Liberty Mall e pelo Auditório do Museu Nacional, para assistir aos filmes das mostras competitivas, das mostras paralelas, das sessões especiais e do Festivalzinho, além de comparecerem aos debates, seminários, encontros, palestras, workshop e lançamentos de livros, realizados em vários espaços do Kubitschek Plaza Hotel, que sediou o evento.
O Festival é presidido pelo Secretário de Cultura Guilherme Reis, com coordenação geral de Sérgio Fidalgo (Coordenador de Audiovisual), tendo Graça Coutinho como coordenadora adjunta e Eduardo Valente como curador. Integram, ainda, a comissão de organização do Festival, o crítico e professor de cinema, Sérgio Moriconi, e a professora, realizadora e pesquisadora de cinema da UnB, Tânia Montoro. Patrocínio do BNDES, Petrobras, Terracap e Banco de Brasília – BRB. Apoio da Lei de Incentivo à Cultura, Câmara Legislativa do Distrito Federal, Canal Brasil, Revista de Cinema, O2Pós, TV Globo. Realização: Secretaria de Cultura do DF.
PRÊMIOS OFICIAIS
FILME DE LONGA-METRAGEM
Melhor Filme de longa-metragem – R$ 100 mil
A cidade onde envelheço, de Marília Rocha
Melhor Direção – R$ 20 mil
Marília Rocha, por A cidade onde envelheço
Melhor Ator – R$ 10 mil
Rômulo Braga, por Elon não acredita na morte
Melhor Atriz- R$ 10 mil
Elisabete Francisca e Francisca Manuel, por A cidade onde envelheço
Melhor Ator Coadjuvante – R$ 5 mil
Wederson Neguinho, por A cidade onde envelheço
Melhor Atriz Coadjuvante – R$ 5 mil
Samya de Lavor, por O último trago
Melhor Roteiro – R$ 10 mil
Davi Pretto e Richard Tavares, por Rifle
Melhor Fotografia – R$ 10 mil
Ivo Lopes, por O último trago
Melhor Direção de Arte – R$ 10 mil
Renata Pinheiro, por Deserto
Melhor Trilha Sonora – R$ 10 mil
Pedro Cintra, por Vinte anos
Melhor Som – R$ 10 mil
Marcos Lopes e Tiago Bello, por Rifle
Melhor Montagem – R$ 10 mil
Clarissa Campolina, por O último trago
Prêmio Especial do Júri Oficial:
Pelo rigor na abordagem e contextualização de uma tragédia brasileira que dura séculos, pela emoção no desenho de uma etnia espoliada e desterritorializada, tema da curadoria desse festival, o prêmio especial vai, por unanimidade, para
Filme: Martírio, de Vincent Carelli em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tita
Melhor Filme de curta ou média metragem – R$ 30.000,00
Quando os dias eram eternos, de Marcus Vinicius Vasconcelos
Melhor Direção – R$ 10.000,00
Fellipe Fernandes, por O delírio é a redenção dos aflitos
Melhor Ator – R$ 5.000,00
Renato Novais Oliveira, por Constelações
Melhor Atriz – R$ 5.000,00
Lira Ribas, por Estado Itinerante
Melhor Roteiro – R$ 5.000,00
Fellipe Fernandes, por O delírio é a redenção dos aflitos
Melhor Fotografia – R$ 5.000,00
Ivo Lopes Araújo, por Solon
Melhor Direção de Arte – R$ 5.000,00
Thales Junqueira, por O delírio é a redenção dos aflitos
Melhor Trilha Sonora – R$ 5.000,00
Dudu Tsuda, por Quando os dias eram eternos
Melhor Som – R$ 5.000,00
Bernardo Uzeda, por Confidente
Melhor Montagem – R$ 5.000,00
Allan Ribeiro e Thiago Ricarte, por Demônia – Melodrama em 3 atos
Premio Especial do Júri
Estado Itinerante, de Ana Carolina Soares
PRÊMIO DO JÚRI POPULAR
filmes escolhidos pelo público, por meio de votação em cédula própria:
Melhor Filme de longa-metragem – R$ 40 mil
Martírio, de Vincent Carelli em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tita
Melhor Filme de curta ou média-metragem – R$ 10 mil
Procura-se Irenice, de Marco Escrivão e Thiago Mendonça
OUTROS PRÊMIOS
TROFÉU CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – JÚRI OFICIAL
Melhor Filme de longa-metragem: R$ 80 mil
Catadores de história, de Tânia Quaresma
Melhor Filme de curta-metragem: R$ 30 mil
Rosinha, de Gui Campos
Melhor Direção: R$ 12 mil
Vladimir Carvalho, por Cícero Dias, o compadre de Picasso
Melhor Ator: R$ 6 mil
Edu Moraes, de A repartição do tempo
Melhor Atriz: R$ 6 mil
Maria Alice Vergueiro, de Rosinha
Melhor Roteiro: R$ 6 mil
Vladimir Carvalho, por Cícero Dias: o compadre de Picasso
Melhor Fotografia: R$ 6 mil
Waldir de Pina, de Catadores de história
Melhor Montagem: R$ 6 mil
Marcius Barbieri, Rafael Lobo e Santiago Dellape, por A repartição do tempo
Melhor Direção de Arte: R$ 6 mil
Andrey Hermuche, de A repartição do tempo
Melhor Edição de Som: R$ 6 mil
Micael Guimarães, de Cora Coralina – todas as vidas
Dimir Viana, André Luiz Oliveira, Renato Matos, Claudio Vinícius e GOG, por Catadores de história
TROFÉU CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – JÚRI POPULAR
Melhor filme de longa-metragem: R$ 20 mil
Cora Coralina – todas as vidas, de Renato Barbieri
Melhor filme de curta-metragem: R$ 10 mil
Das raízes às pontas, da diretora Flora Egécia
Conferido pela ABCV – Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo a profissional do audiovisual do Distrito Federal
Mallu Moraes (atriz)
PRÊMIO CANAL BRASIL
Cessão de um Prêmio de Aquisição no valor de R$ 15 mil e o troféu Canal Brasil
Melhor Filme de curta-metragem selecionado pelo júri Canal Brasil
Filme: Estado itinerante, de Ana Carolina Soares
PRÊMIO ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema)
Melhor Filme de longa-metragem
Pela hábil conexão entre a gramática do documentário e da ficção. Pelo retrato que conjuga a perspectiva de um personagem com as transformações de um Brasil rural. Pela apropriação original da estética do western e o uso potente do som.
Filme: Rifle, de Davi Pretto
Pela sensibilidade na forma com que filma os espaços urbanos. Pela qualidade do trabalho das atrizes, com experiência profissional ou não. Pela forma com que retrata uma violência física e simbólica, valorizando o que está fora de quadro.
Filme: Estado Itinerante, de Ana Carolina Soares.
PRÊMIO SARUÊ
Conferido pela equipe de cultura do jornal Correio Braziliense
No apanhado de filmes selecionados pelo festival, vimos de catadores de lixo a imigrantes em crise, a questão do empoderamento feminino e de gênero, passando por índios batalhadores e artistas órfãos de público. Não faltaram também a disputa pela terra e os cubanos num país em transição. Foi, entretanto, outro grupo de excluídos que chamou a atenção da equipe do Correio: o mérito de melhor momento do festival agrupou libertários representantes da terceira idade, com enorme capacidade de amar, de resistir ao descaso social.
Gui Campos, pelo curta Rosinha!
PRÊMIO MARCO ANTÔNIO GUIMARÃES
Conferido pelo Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro para o filme que melhor utilizar material de pesquisa cinematográfica brasileira
Filme: Martírio, de Vincent Carelli em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tita
Troféu oferecido pela Fundação CineMemória
Melhor Documentário do Festival
Filme: Vinte anos, de Alice Andrade