O cineasta Carlos Manga, um dos principais diretores na época de ouro das chanchadas brasileiras, morreu nesta quinta-feira (17) à noite no Rio de Janeiro, aos 87 anos. O ex-banqueiro, apaixonado pela sétima arte, estreou na produção de um filme em 1952, dirigido por José Carlos Burle: Carnaval Atlântida.
Antes de tornar-se diretor, foi contra-regra, assistente de montagem, assistente de revelação. Manga dirigiu mais de 30 filmes e nos anos 1950, quando esteve a frente da companhia cinematográfica Atlântida, junto a Watson Macedo, realizou clássicos do cinema nacional, como Nem Sansão nem Dalila (1954), Matar ou Correr (1954) e O Homem do Sputnik (1959). Seu último trabalho no cinema foi em 1986, com Os Trapalhões e o Rei do Futebol.
No início dos anos 1960, migrou para a TV a convite , onde também deixou boas referências. Dirigiu o remake de Anjo Mau (1997), Torre de Babel (1998), Eterna Magia (2008); e grandes minisséries, como Agosto (1993), de Rubem Fonseca, Memorial de Maria Moura (1994), baseada na obra de Rachel de Queiroz, e Um Só Coração (2004), de Maria Adelaide Amaral.
O diretor também trabalhou em programas de auditório, como Chico City (1980), Domingão do Faustão (1989), e de seriados televisivos, entre eles Sandy & Junior (1999) e Sítio do Picapau Amarelo (2001). Ele também chegou a morar na Itália, onde trabalhou com Federico Fellini. Sua última aparição na televisão foi como ator, na série Afinal, o Que Querem as Mulheres? (2010).
Confira abaixo um vídeo em que Selton Mello entrevista Carlos Manga sobre seu período de glória no cinema e a experiência de dirigir Grande Otelo e Oscarito, os astros das chanchadas brasileiras.