Poucos conhecem o marco inicial da história do cinema de arte no Brasil: vinte anos antes do Cinema Novo revolucionar o cenário cinematográfica nacional, um filme despretensioso e até hoje desconhecido deu o pontapé inicial para a produção de cinema artístico no país.
Limite, de Mário Peixoto, encontrou pouco espaço no já limitado circuito comercial dos anos 1930. O realizador, de família poderosa, entrou em contato com o cinema enquanto estudava na Inglaterra: lá, Peixoto teve a oportunidade de conhecer o movimento vanguardista europeu in loco, durante os anos 1920. Mais do que o contato com diversos movimentos cinematográficos, entretanto, a ideia para Limite surgiu numa banca de revista: a capa de uma revista retratando uma mulher presa por braços algemados foi a imagem inicial em torno da qual Peixoto construiu o roteiro do longa.
A produção de Limite começou quando Peixoto retornou ao Brasil, após discutir o roteiro do filme em uma roda de amigos. E seu estágio inicial, o longa atraiu a atenção de importantes nomes do cinema brasileiro da época, como o produtor Ademar Gonzaga e o diretor Humberto Mauro.
Entretanto, foi a desconhecida cidade de Mangaratiba que possibilitou a realização de Limite: Peixoto entrou em contato com um influente tio que atuava como político no município e, em pouco tempo, toda a cidade estava mobilizada em torno do filme.
O terceiro vídeo da série Cinema Brasilis, do Cinemascope, explora as condições de produção e as curiosidades de Limite, importante obra nacional que desfrutou de limitadíssimo alcance, mesmo entre o público cinéfilo brasileiro. Confira: