Por que Septo?
Nós gostaríamos de falar. Nós gostaríamos de ter voz e de poder utilizar nossa voz de forma organizada. De projetar aquilo que pensamos e transformar as ideias em palavras e que essas palavras pudessem ser um pouco mais do que só palavras. Nós gostaríamos de ser, estar, ocupar e fazer-nos perceber. Gostaríamos.
Mas por que septo?
O ímpeto faz parte de quem somos, dá o tom de nossa voz. Ímpeto não é composição, mas ajuda na intensidade da melodia. Socar um orelhão não define quem você é, mas certamente diz algo sobre você. Que você não está no mundo à passeio. Que esse combustível pode gerar combustões criativas e que precisamos nos agarrar a elas ao máximo. Por isso Septo.
“Quanto disso é autobiográfico?”
Foi o que perguntei, quando aquela que depreda orelhões nos mostrou a ideia do roteiro pela primeira vez. Foi naquele café-bar-sebo, papéis em mãos, muitas palavras, muitas palavras. Tem esses momentos que ela fala demais na intenção que ninguém possa escutar sua voz. Me entreolhei com Frank, porque ele estava pensando o mesmo que eu. Peraí, Alice: Quanto disso é autobiográfico? Foi aí que começou.
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Falamos de nós, de tudo, de como a vida nos rasga e dos telefones públicos (metafóricos ou não) que destruímos pelo caminho para evitar de nos destruir. Nossas vozes desorganizadas pipocavam feito máquina de pinball porque havia tanta tanta coisa a ser dita e nós falamos falamos falamos, até que as três vozes entraram em uníssono. Desse primeiro encontro veio a sintonia que ditaria o passo dos 5 episódios que seriam escritos por essas 6 mãos. E foi como foi. Em duas semanas uma impressora de repartição pública imprimiria clandestinamente as páginas que um dia seriam mais. Muito mais.
Septo conta a história de Jéssica Borges, uma jovem triatleta que percebe sua vida estagnada e resolve encontrar e desenvolver o seu Eu melhor. Nessa jornada pelo autoconhecimento, que se passa na primeira temporada, a jovem passa por conflitos com o pai, que tem problemas com alcoolismo, dúvidas sobre a sua carreira como atleta e um envolvimento afetivo com Lua, interpretada pela incrível Anna Zêpa.
Nós tínhamos uma base. E uma equipe de 25 profissionais envolvidos em todas as etapas do que um dia seria websérie. Acontece que é muito difícil dizer não para a louca do orelhão. Existe algo nela que é mais forte do que nós: um viço, uma gana, uma vontade absurda de viver, algo muito estranho que faz com que a gente queira estar perto, fazer parte dela. Sei lá, vou tentar explicar melhor:
Alice Carvalho tem 19 anos, atuou em um espetáculo de teatro de sua autoria, escreveu e publicou um livro, apresenta-se como comediante stand-up em shows que nunca assisti por medo de deixar de gostar dela (tenho uma certa repulsa por stand-up), além de ter uma conta do twitter razoavelmente bem seguida e parecer-se bastante com o cantor e sex symbol Wesley Safadão.
Com 19 anos eu estava deitado na minha cama assistindo Sailor Moon e pensando no vestibular. Aos 19, e talvez agora também, eu ainda estou aprendendo a lidar com críticas. A menina “orelhãocida” as solicita com sinceridade, escuta atenta e pondera razoavelmente. Espero chegar aos 40 com essa capacidade.
Então temos Septo na mesa: websérie em 5 capítulos, roteiro a 6 mãos, equipe de 25, sociopata funcional no guidão e um total de zero reais para colocar essa bicicleta pra andar.
E é aí que você entra.
Nós precisamos da sua ajuda pra fazer essa série acontecer. No mês passado, lançamos a campanha de financiamento coletivo de Septo na plataforma do Catarse e toda a ajuda é bem-vinda. Você pode fazer sua doação e ajudar esse incrível projeto audiovisual a se tornar realidade. Até lá, vamos tentando como podemos: vendendo caipirinha em porta de evento, organizando festas, virando estrelinha na BR, cuspindo fogo no sinal…
Mas a decisão final é sua. Você que decide se Septo vai ou não rolar. Por isso eu peço esse voto de confiança: em mim, nos 25 profissionais envolvidos e na menina que é brigada com telefones públicos.
Se eu te convenci é só clicar AQUI para ajudar Septo a acontecer.
Obrigado pela atenção 🙂
Roteirista de Septo