O Festival Internacional Pachamama – Cinema de Fronteira chega a sua 11ª edição, de 15 a 22 de maio, em formato online e totalmente gratuito. Em oito dias de programação serão exibidos filmes latino-americanos em seis mostras: Competitiva de Longas Latinos, Cinema é Política, Mostra Amazônia, Mostra Originários, Mostra Escola de Cinema da Amazônia e Mostra Geraldo Sarno. Atividades formativas e mesas de debate acontecem na semana do festival. A programação completa está disponível no site do evento.

Com o tema criativo e temático “Mirações, a transcendência, um outro mundo possível”, desenvolvido pelo artista visual Léo Lage, o Pachamama pretende instigar o debate para uma energia de renovação e apontar novos caminhos e perspectivas. Em sua versão online, o festival optou por convidar os filmes a serem exibidos, totalizando 47 produções de sete países (Brasil, Peru, Argentina, República Dominicana, Chile, México e Bolívia). A curadoria é assinada pelo brasileiro Marcelo Miranda, crítico e pesquisador de cinema, e o boliviano radicado no Acre Marcelo Cordero, crítico de cinema e um dos criadores do festival.

O filme de abertura é Libório (República Dominicana, 2021), de Nino Martínez, exibido em Rotterdan e ainda inédito no Brasil. Dois longas brasileiros têm exibições especiais: A Última Floresta, dirigido por Luiz Bolognesi e escrito em parceria com o líder indígena e xamã Davi Kopenawa Yanomami, e Edna, documentário dirigido pro Eryk Rocha. O longa do pernambucano Camilo Cavalcante, King Kong en Asunción, vencedor do Festival de Gramado de 2020, encerra o festival.

Sertânia (2019) | MUBI

Homenageados

O Festival Pachamama homenageia o mexicano Paul Léduc (in menorian), o argentino Fernando Ezequiel Solanas (in memorian) e o brasileiro Geraldo Sarno (Poções, Bahia, 6 de março de 1938). Produções de destaque dos diretores integram a programação, que também dedica uma mostra a Sarno com filmes representativos de sua carreira, incluindo o recente Sertânia (2020).

Léduc, nascido na Cidade do México, começou a trabalhar com cinema ao final da década de 1960 e se aproximou do Cinema Novo brasileiro. Ficou conhecido por dirigir Frida, Naturaleza Viva (1983) e Reed, México Insurgente (1973), este último com o qual foi indicado ao Prémio Ariel, DA Academia Mexicana de Artes e Ciências Cinematográficas. Morreu em 21 de outubro de 2020, aos 78 anos.

Solanas, conhecido como Pino Solanas, foi um diretor e político argentino. Conquistou o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes em 1988 com o filme Sur. Na política, foi deputado federal e senador. Morreu em 6 de novembro de 2020 em um hospital de Paris, aos 84 anos, devido a COVID-19.

O homenageado brasileiro Geraldo Sarno é roteirista e diretor. Sua filmografia explora temas como o movimento migratório brasileiro (em especial o nordestino), as religiões e a cultura populares. Em 2008, recebeu o prêmio de Melhor Direção no Festival de Brasília por Tudo Isto Me Parece Um Sonho, sobre a história do general pernambucano Ignácio Abreu e Lima, que, ao lado de Simon Bolívar, participou de batalhas que resultaram na libertação da Colômbia, Venezuela e Peru da Coroa Espanhola no século XIX.

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